Com baixas históricas na Selic, mas com modalidades ainda seguras, investir no Tesouro Direto levanta dúvidas se ainda é boa escolha.
O tesouro direto é muitas vezes considerado uma excelente porta de entrada para quem está começando a criar uma carteira de investimentos.
Com suas condições específicas, as gestoras independentes – não ligadas a instituições financeiras – somaram às possibilidades de investir no tesouro direto uma gama de oportunidade, deixando-o ainda mais atrativo.
No entanto, oito dos títulos à disposição para compra no tesouro direto tiveram rentabilidade negativa em 30 dias até o último dia 28 de novembro.
Como consequência fica a pergunta: ainda vale a pena investir no tesouro direto em 2021?
É essa questão que vamos tentar te ajudar a responder neste artigo.
Índice
“Seguro” é a palavra que melhor definiu o investimento no tesouro direto até então.
Os títulos públicos são comprados do governo, instituição que historicamente nunca registrou uma ocorrência de calote.
Isso porque, para o governo brasileiro, como último recurso, é possível imprimir dinheiro para saldar seus débitos.
Não que a medida seja boa para o país ou tenha de fato frequência, mas é um bom exemplo para se convencer do quanto é seguro.
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Investir no tesouro direto é, basicamente, emprestar uma quantia ao governo, que será utilizada em obras públicas, administração de órgãos públicos e afins.
Essa quantia é devolvida depois de um tempo, determinado no momento da compra.
A devolução é feita com juros e o investidor lucra.
O título é de renda fixa, ou seja, tem pouca variação.
Para aqueles que têm dinheiro guardado em poupança e desejam uma maneira de colocá-lo em movimento, sem correr muitos riscos, o tesouro direto é uma ótima opção.
Tudo que é necessário, além da quantia investida e resolver os devidos trâmites legais e administrativos, é ter paciência; afinal, a compra é feita com prazos consideravelmente longos quando se quer fazer o dinheiro render de verdade.
Investir no tesouro direto também é acessível, podendo o investidor aplicar até um mínimo de R$ 30,00 como quantia inicial.
Também é possível agendar aplicações mensais, o que facilita ainda mais todo o processo.
São três as opções oferecidas – cada uma delas com indicadores diferentes, que influenciam no valor final dos lucros. Essas são: o Tesouro Selic, o IPCA e o prefixado.
Em 2020, a baixa da taxa Selic fez com que esse investimento perdesse um pouco em sua rentabilidade, mas a taxa é conhecida pelas suas grandes variações ao longo dos anos, então ainda pode valer a pena o negócio.
Nos últimos dez anos, a Selic já chegou a 16%, estando mais frequentemente na faixa dos 8%.
Ele é ideal para quem está pensando em mais de dez anos no futuro, desejando investir em moradia, aposentadoria ou educação para os filhos.
Quer aprender como os indicadores econômicos funcionam? Assista a esse vídeo produzido pela equipe da Bússola do Investidor no YouTube:
Os juros são prefixados, ou seja, é possível saber em qualquer ocasião quanto o dinheiro irá render.
O modelo é bom para garantir a rentabilidade, mesmo quando o governo dá sinais de baixa nos juros, mas é possível acabar rendendo menos do que com a taxa IPCA.
Portanto, é um investimento muito mais indicado para períodos curtos, de menos de dez anos.
Os títulos rendem o prometido na compra apenas se o investidor não tentar vendê-lo antecipadamente.
Nessa ocasião, ocorre a “marcação a mercado”, e o valor retornado ao investidor pode acabar sendo menor que o investido.
Vender o seu Tesouro Direto antes do prazo pode ser prejuízo e o valor devolvido acabar sendo menor que o investido.
Por esse motivo, é importante ter uma quantia para o investimento e uma quantia para emergências, assegurando que os títulos não serão vendidos antes da hora e por necessidade.
Nos últimos anos, a taxa Selic teve uma queda significativa, o que, apesar de significar pouco rendimento no tesouro Selic, sinalizou uma instabilidade considerável nos outros tipos de investimento, transformando o tesouro direto em uma opção segura para investidores.
Ainda assim, a “marcação a mercado” já citada tem contribuído para a desvalorização de títulos.
Em suma, ela é uma maneira de ajustar os retornos com o uso de novos títulos, com o objetivo de igualar os rendimentos no caso de novos títulos no mercado.
Basicamente, se você comprar um investimento com renda de 5% ao ano, o governo pode, em dado momento, fazer a marcação ao emitir novos títulos com renda de 7%.
Com um novo título de renda maior, com a taxa influenciada pela Selic, pode ser comprado por menos dinheiro por novos investidores e o seu investimento perde valor de mercado.
Estudantes da faculdade de contabilidade podem fazer facilmente as contas e compreender os riscos e benefícios do investimento, mas, para a maioria dos investidores de primeira viagem, ainda é difícil entender como ocorrem essas mudanças no mercado.
O ideal é conseguir os serviços de uma consultoria ou uma boa gestora, que possibilitem o investimento seguro de verdade.
Atualmente, os títulos emitidos no último ano levaram em conta a Selic de 2%.
Atualmente, com a taxa 0,75% maior, deve ocorrer a valorização de novos títulos e desvalorização de antigos.
Tudo depende da estratégia do investidor.
Uma boa opção é comprar títulos em momentos diferentes, permitindo que a média no rendimento possa compensar a eventual desvalorização.
Após suas primeiras ações compradas, o investidor ainda pode se arriscar em outros investimentos menos estáveis ou permanecer comprando diferentes títulos do tesouro direto.
O que vale mesmo é ter uma carteira de investimentos diversificada. Não é bom para nenhum investidor ficar completamente à mercê de um único investimento.
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