Em 2020, o número de CPFs cadastrados na Bolsa de Valores saltou de 1.681.033 de dezembro de 2019 para 3.229.318 no mesmo mês do ano passado. Isso representa um aumento de 92,1% de investidores. A tendência, para 2021, é que esse número continue aumentando, levando muitos investidores a se perguntarem qual o melhor investimento para iniciantes.
Neste artigo, você vai conhecer as opções disponíveis e poderá escolher qual delas se adequa melhor ao seu perfil de investidor. Continue lendo!
Índice
Ao se pensar em investimento, automaticamente, a primeira ideia que vem à mente da maioria dos brasileiros é a aplicação em poupança. Não somente pela simplicidade e isenção de IR, mas também pela aparente certeza de preservação e rentabilidade.
O medo de entrar em ativos mais arriscados, a busca por segurança – já que as cadernetas possuem garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) -, bem como o desconhecimento das vantagens sobre outros produtos financeiros, ou até mesmo a falta de disposição para buscar informações levam muita gente a optar pela poupança.
Entretanto, com a atual Selic abaixo de 8,5%, a remuneração do investimento mais popular do Brasil passou a ser 70% da Selic + TR, ou seja, com a Selic a 2% ao ano, a poupança rende cerca de 0,11% ao mês. Sendo assim, sequer ganha da inflação (que fechou o ano de 2020 com 4,52%) e é certeza de prejuízo, sem falar na perda de rentabilidade em caso de saque antes da data de aniversário.
A falta de motivação para continuar aplicando em poupança tem levado o investidor exigente a considerar a possibilidade de buscar outros ativos mais rentáveis e seguros. Então, ele se depara com o Certificado de Depósito Bancário (CDB), a renda fixa mais popular do país, que pode ser uma ótima alternativa!
O CDB é um título privado com um risco minimizado pelo FGC em que os bancos tomam empréstimos de seus clientes pagando taxas pré e pós-fixadas. Também há CDB que paga a inflação + taxa pré-fixada sem volatilidade. Os bancos podem pagar remuneração todos os dias oferecendo ou não liquidez diária.
Um ponto interessante é que o CDB segue uma tabela regressiva de IR e IOF retidos na fonte, ou seja, o investidor não precisa ter o trabalho de fazer a apuração mensal de IR. O problema é que dificilmente rende 100% do CDI, e mesmo oferecendo uma rentabilidade melhor do que a poupança, ainda se mostra um caminho bem longo na trajetória em busca da tão sonhada rentabilidade.
Juntamente com a poupança e o CDB, ainda existem as LCI e LCA, como recursos utilizados pelos bancos para oferecer empréstimo e financiamento aos clientes, ambos cobertos pelo FGC até o limite de 250 mil reais por instituição financeira e por CPF.
A Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letra de Crédito Agrícola (LCA) possuem exatamente as mesmas características. Ambas são títulos privados de renda fixa, que oferecem maior segurança com lastro de ativos reais garantidores das operações, que podem ser bens imóveis no caso da LCI e propriedade rural ou penhor agrícola no caso da LCA.
Para a pessoa física, a LCA e a LCI ainda oferecem outra vantagem, que é a isenção de IR. Mas é preciso estar atento à baixa liquidez e aos prazos de carência, porque podem prender o investidor iniciante e impedi-lo de buscar investimentos mais rentáveis.
Outra possibilidade de investimento bancário, são os Fundos DI, que são fundos de renda fixa com liquidez diária oferecidos pelos bancos e corretoras.
Por determinação da Anbima eles precisam ter 95% do patrimônio constituídos por títulos públicos atrelados à Taxa Selic, considerados os mais seguros do país. Os outros 5% são títulos privados de baixa oscilação. Por conta disto, é considerado um investimento de baixo risco.
Em regra os Fundos DI pagam uma rentabilidade em torno de 80% do CDI, considerando haver taxas de administração cobradas pela gestão desses ativos. E ainda possuem incidência de IR sobre o lucro, o que os torna bastante desinteressantes na busca por rentabilidade.
Saindo dos produtos bancários, existe a opção de investimento no Tesouro Direto, que são títulos públicos oferecidos pelo governo federal e podem ser adquiridos por meio de bancos ou corretoras, que em sua maioria não cobram taxa de administração. Há apenas pagamento semestral da taxa de custódia da B3 de 0,25% ao ano.
Para investir no tesouro obrigatoriamente é necessário ter conta em uma corretora independente ou pertencente a um banco.
A antiga LFT, hoje conhecida como Tesouro Selic, é o título público mais conservador que existe com baixa volatilidade. Embora em outubro de 2020 tenha passado por certa oscilação, continua sendo um investimento para iniciantes seguro. Está atrelado às taxas de juros, requer pequeno valor para começar e oferece rendimento melhor do que a poupança.
Em relação aos títulos públicos disponíveis no Tesouro Direto, é preciso ter cuidado com a NTNB, pois tem uma volatilidade parecida com a renda variável. Em regra busca cerca de 4% + IPCA, podendo causar fortes emoções aos perfis mais conservadores, porque se a Selic cair, o título valoriza, mas se a Selic subir, o título perde valor de mercado causando prejuízo ao investidor, então não é indicado para aplicações de curto prazo.
Todas as possibilidades de investimentos destacadas até aqui, buscam proporcionar certa segurança para atender perfis com pouca tolerância a risco e, apesar de terem certa proteção, acabam por não conseguir entregar ganhos relevantes capazes de contribuir substancialmente para aumento de patrimônio.
No cenário atual, com a baixa taxa de juros, buscar rentabilidade significa maior exposição a risco. No entanto, é complicado migrar bruscamente da poupança e dos produtos bancários para as operações mais arriscadas. Uma mudança radical sem estratégia pode causar fortes traumas e prejuízos inestimáveis.
Descubra a Verdade! Comparação de Rentabilidade: Poupança, CDB ou Tesouro Direto
O que tem acontecido ultimamente com iniciantes é justamente isto, o investidor afoito e confuso em meio a tantas informações, se aventura em um universo que não é para amadores e acaba perdendo dinheiro na renda variável. Depois, apavorado diante das fortes oscilações, decide comprar e vender nos piores momentos. Finalmente resolve voltar para os produtos bancários, percorrendo um caminho longo na recuperação dos grandes prejuízos sofridos, que podem até mesmo ser irreversíveis.
Uma transição indicada para quem quer sair dos investimentos para iniciantes (como os bancários e títulos públicos), e encarar investimentos mais arrojados como o mercado de ações, são os investimentos em fundos de multimercados. Neles os gestores conseguem montar várias estratégias com controle de risco, liquidez e rentabilidade, bem melhores do que as oferecidas pelos bancos.
O multimercado é um meio termo para quem quer se preparar emocionalmente para lidar com as volatilidades do mercado. É um passo estratégico para preservar patrimônio, entender o porquê das altas e das quedas e depois avançar de forma mais equilibrada para outros investimentos mais arrojados.
Ao público que não conhece o mercado, não consegue escolher fundos descorrelacionados, nem diversificar a carteira com uma estratégia capaz de oferecer rentabilidade, o ideal é encontrar uma gestora especializada para atuar na alocação dos recursos com o menor risco possível de acordo com cada perfil.
Essa transição é fundamental para o desenvolvimento saudável do perfil do investidor.
Podemos comparar com uma pessoa que decide fazer musculação mas não pode começar sozinha, é necessário antes um treinador que a oriente. Primeiramente vão conversar sobre condições físicas, alimentação adequada, periodicidade dos treinos, diversificação dos exercícios e outros detalhes como evolução da quantidade de pesos, por exemplo. Tudo com o objetivo de preparar o organismo para construir músculos aos poucos, minimizando dores e sofrimento até conquistar ao longo do tempo um corpo forte e bem definido.
De igual maneira, o investidor iniciante precisa de uma orientação que o prepare adequadamente para enfrentar os solavancos da renda variável e obter os melhores rendimentos do mercado, ou seja, é necessário encontrar alguém capaz de assumir o papel de treinador.
Uma gestora competente irá identificar o perfil, as condições, o momento de vida e os objetivos de cada investidor, para depois, conhecendo o mercado financeiro, definir estrategicamente um caminho seguro que atenda às necessidades e expectativas do seu cliente.
Desta maneira é possível se preparar para enfrentar a volatilidade da forma mais tranquila e menos dolorosa possível, com o objetivo de defender e construir um patrimônio consistente ao longo do tempo. Você gostou deste artigo? Então, deixe o seu comentário ou dúvida.
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Esse artigo foi escrito por: Maria Rosana de Alcântara, Gerente de Sucesso da Fiere Investimentos, bacharel em Direito e comprometida com o sucesso dos investidores.
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