Nesse artigo você vai encontrar 6 coisas para evitar na hora de comprar uma ação – e como fugir das armadilhas do mercado.
Comprar ações é uma tarefa especialmente difícil porque, além de muito rigor técnico, requer alguma capacidade de antecipar acontecimentos futuros e muita inteligência emocional.
Sobre todas essas dificuldades, ainda existem as pegadinhas que o mercado lhe impõe, das quais você deve fugir. Quer descobrir quais são elas? Continue a leitura!
Índice
Se pudéssemos evitar ao menos um tipo de ação, seria “a ação mais popular do mundo da indústria mais popular do mundo”, aquela que tem a publicidade mais favorável, que todo investidor ouve a respeito na rádio, no ônibus e, sucumbindo à pressão social, acaba comprando.
Ações populares podem subir rapidamente, frequentemente sem nenhum sinal de valor subjacente (lucros ou balanço patrimonial saudável).
Fenômenos como o “FOMO” – “medo de perder a tendência” – e “bigger fool” – comprar na esperança de vender pra alguém mais ingênuo ainda – entram em ação.
Não raro, caem tão rápido quanto subiram.
E os prejuízos ocorrem porque, quando as ações caem, elas não caem devagar e nem provavelmente param no ponto onde você as comprou.
Foram vários os setores super populares no passado onde expectativas absurdas colocaram uma neblina sob a aritmética dos negócios.
Para citar um exemplo: a Xerox já foi a ação mais popular do mundo no setor mais popular no mundo: tecnologia. Imbatível quando o negócio de copiadoras era espetacular.
“Xerocar” virou um verbo!
A ação negociava a U$160 em 1972.
Então, de repente, havia mais de 20 concorrentes que faziam boas copiadoras, atraídas pelos grandes lucros da Xerox.
A empresa começou a entrar em negócios fora do seu círculo de competência para diversificar e a ação perdeu 80% do seu valor.
A indústria de “copiadoras” sempre foi respeitável e nunca houve uma desaceleração na demanda. Ainda assim, as empresas do setor custaram a ter um lucro decente, porque havia muita competição.
Contraste, agora, a performance sofrível dessa ação popular em um setor popular com as ações da Altris, uma tabagista – uma indústria de crescimento negativo.
Enquanto a Xerox foi de U$160 para U$60, a Altris multiplicou por 20x no mesmo período.
A indústria de tabaco performou 165x melhor do que a média das indústrias dos EUA na bolsa de valores, mesmo estando em declínio.
Em um setor pouco popular – justamente porque não cresce muito ou até diminui – a empresa dominante pode ganhar share, se tornar mais eficiente e ainda aumentar seus preços.
Indústrias com crescimento negativo não atraem muitos competidores e isso pode ser uma grande vantagem para você, investidor.
Uma assessoria financeira personalizada pode orientá-lo livre do conflito de interesses e ajudá-lo a escapar das armadilhas e gatilhos mentais da indústria. No bombardeio de falsos alarmes e promessas impossíveis, conhecimento com orientação individual pode ser a saída.
A próxima Apple. O próximo Google. O próximo Pelé. Em trilhas de filmes, esportes ou na bolsa de valores, a verdade é quase sempre a mesma: casos de super multiplicações são raros por natureza.
Na verdade, quando começam a surgir as “próximas” de alguma empresa, isso é um mal sinal tanto para a empresa copiada quanto para a cópia.
O sucesso total da empresa copiada pode significar um sobre-preço significativo, bem como atrair uma leva de competidores agressivos dispostos a não ganhar dinheiro – talvez até perdê-lo! – em nome de participação de mercado.
Todos saem perdendo – inclusive você, investidor.
Os preços das empresas “copiadas” sobem para patamares insustentáveis, atraem muita concorrência e isso, por sua vez, diminui seus lucros.
As “cópias”, por sua vez, estão dispostas a abrir mão dos lucros em nome de participação de mercado – uma troca muito arriscada.
Saiba mais sobre: 5 Estratégias Para Investir em Ações Que Você Deve Aprender
Como a diversificação pode piorar os resultados? Pois é exatamente o que muitas empresas bem sucedidas o fazem: não sabendo onde gastar o dinheiro que ganham, e falhando em investi-lo inteligentemente ou devolvê-lo aos acionistas na forma de dividendos, começam a sair do seu círculo de competências.
Sem o conhecimento e a experiência adequadas, os negócios novos sofrem e comprometem os lucros do negócio principal.
São aquelas empresas comentadas em tom baixinho, “secretivo”, por um amigo, familiar ou corretor, cujo produto ou serviço, apesar de não testado e sem receitas, pode transformar o mundo.
São as pequenas empresas que tentam solucionar os problemas do mundo de forma absurdamente complicada e técnica, mesmo que ainda não tenham receita nenhuma.
O que você deve falar para si mesmo é que, se a empresa promete ser tão fenomenal assim, valerá esperar um pouco até que ela estabeleça um recorde. Espere pelos lucros.
Essas empresas não têm poder de preço, portanto, é melhor evitá-las ao comprar uma ação.
Normalmente, fornecem para 2 ou 3 grandes clientes que espremem-nos até o último nível.
Vivem sempre à beira da catástrofe da decisão do cancelamento de um contrato ou de um redesenho tal do seu cliente que o torne irrelevante. É raro que grandes oportunidades de investimento surjam desses arranjos.
Que pena que a Xerox não se chamava “Companhia de Cópias de Papel” – talvez assim, tivesse chamado menos a atenção da mídia e de eventuais investidores.
Não teria sido “sobreprecificada” e daria mais chances para que os investidores entrassem com segurança na ação.
Nomes monótonos podem esconder grandes empresas e nomes super modernos podem esconder empresas medíocres.
Empresas com “super app”, “blockchain”, “X”, e uma diversidade de acrônimos místicos podem significar uma tentativa de dissuadi-lo de resultados medíocres.
Com uma assessoria financeira fiduciária – cujo objetivo é atender primeiramente e legalmente você, sobre quaisquer outros interesses – você pode escapar ileso dessas armadilhas fomentadas pelo maquinário das redes sociais cujo objetivo é, muitas vezes, gerar fluxo de ordens para corretoras parceiras.
Não caia em gatilhos mentais ou artifícios de linguagem que lhe passem a impressão de dinheiro fácil ou super multiplicações em um curto período de tempo.
Investir leva tempo, é difícil e, na maior parte das vezes, um exercício de sabedoria muito mais do que inteligência bruta.
Ainda não há fórmula mágica e o melhor caminho continua a ser o do “enriquecimento constante”, pautado na boa gestão financeira um excelente plano de investimentos.
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